Mulheres com melasma têm mais risco de desenvolver depressão

Para muitas mulheres o impacto do melasma na pele vai muito além do físico. É o que mostra um estudo de 2015 publicado na revista científica International Journal Of Women’s Dermatology que constatou que 63% das pacientes com melasma tinham algum nível de depressão devido à condição da pele.

O estudo mostra que as manchas escuras na pele podem desencadear problemas de autoestima, ansiedade e depressão. Não é à toa que, nesta época do ano, as buscas por tratamentos para manchas aumentam cerca de 30%. A alta procura é registrada no Sundara Garden Spa, que oferece diversos tratamentos para a pele do rosto.

A fisioterapeuta dermato funcional, Érica Bigon Cortez, conta que antigamente existia uma determinação de que tratamentos para manchas deveriam ser feitos apenas no inverno, mas destaca que, atualmente, diante de tantos protocolos modernos, isso mudou. “Hoje, pode-se fazer em outras épocas do ano, mas sempre indicamos aproveitar os períodos em que as temperaturas estão mais amenas. Isso porque o calor excessivo ou o simples fato de entrar num carro muito quente pode prejudicar o tratamento”, explica.

A orientação de Erica é para os pacientes aproveitarem o início do inverno, que começa em 21 de junho, para tratamentos que são um pouco mais invasivos e que exigem a não exposição ao sol. “Cada mulher com melasma que chega até a mim tem uma história. A mancha não surge do nada. É preciso olhar, estudar e, muitas vezes, é necessário cuidar da pele antes de iniciar um tratamento mais forte”, aconselha.

O período pós tratamento também merece atenção. Proteção solar e muita hidratação na pele são determinantes para conquistar o resultado que o paciente almeja, além do uso de produtos manipulados indicados para cada tipo de pele. “Costumo dizer que quem tem mancha é um manchado. Conseguimos uma melhora expressiva com os tratamentos, mas é necessário fazer manutenção, principalmente no verão, para não ter efeito rebote e evitar que as manchas voltem ainda mais escura”, alerta.

ESCOLHA DO PROFISSIONAL

Na semana passada, o empresário Henrique Silva Chagas, de 27 anos, morreu depois de fazer um peeling de fenol. Trata-se de um procedimento arriscado, com uso de ácido, para rejuvenescer o rosto e que foi feito por uma profissional que tinha feito um curso rápido pela internet. Érica comenta que um caso grave como esse deve servir de alerta. “Eu sempre oriento as pessoas que chegam até a mim a pesquisarem sobre o profissional que vai fazer o procedimento. Existem muitas clínicas clandestinas, que vendem produtos baratos e que podem causar traumas ainda maiores e até morte como vimos acontecer em São Paulo”, destaca.

O uso inadequado do fenol pode acarretar graves consequências, como queimaduras, intoxicação e até mesmo a morte. Ele só pode ser feito por médicos e é contraindicado para pessoas com problemas cardíacos, no fígado ou rim, para quem tem tendência a queloides, mulheres gestantes e lactantes, fumantes e para quem está fazendo uso de alguns medicamentos como antidepressivos, anticonvulsivantes e para pressão arterial.

“É muito importante esclarecer que este tipo de peeling só pode ser feito por médicos, no centro cirúrgico e com a presença de um anestesista”, ressalta Érica.

Infelizmente, a comercialização do produto também é feita de forma indiscriminada. Basta uma simples busca pela internet para encontrar o fenol com preço bem acessível. Depois da morte do empresário, o Conselho Federal de Medicina (CFM) cobrou providências da Anvisa para coibir abusos e irregularidades relacionados ao uso do fenol.